quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Fim do Inverno

A garoa suburbana portoalegrense
e o frio húmido do fim do inverno
anunciam um Outubro iluminado

Guardam-se os livros
que se liam
fecham-se os guarda-roupas
abarrotados de casacos pesados de lã

Ás terças caminhamos
de mãos dadas na chuva do fim-de-tarde
após enfrentar o dia inteiro e um ônibus lotado
na sertório

não faças janta:
batata frita,nanking,queijo
suco de uva quente
briguinhas
sou feliz no inverno
chove lá fora
ela chora
é fim de outono
eu penso:
:na adolescente que perdeu a pureza
na violência que chegou na zona rural
no interior gaúcho
-esta foi a sua primeira vez
:nos olhos frios
do homem serio
que decidiu morrer
por medo da quimio
-o medo já vem com câncer(dizia Millor)
:nas minhas mãos que doem
no tempo inútil dedicado ao acaso
:e na conta do Unibanco
que cresce ao contrario
" :Qual a possibilidade
de se comprar um terreno
construir uma casa
quatro peças ,pequena
pra descansar a noite
depois da facul?"
Te toco o rosto
te beijo os olhos
te desejo
Sou feliz no inverno
Traga os cobertores
(acho q vai chover)
eu levo um filmezinho se der
tirem seus sapatos
não molhe o chão,que a Vivian limpou
tem suco na geladeira
a Internet é discada
o micro deu pau
a luz venceu
na saída da facul
prenderam um cara
:barba rala,magro
assaltante de esquinas
precisamos de uma geladeira...
sua mãe vem?
a cama tá quentinha
Sou Feliz no Inverno...
amanhã as quatro acordo
não posso ficar até tarde
chame uns amigos
vamos sair
esta é a nossa casa
Sou Feliz no Inverno
ti

In Off

que o bug te pegue
e o teu micro dê pau
seu note se descarregue
e a bateria do celular vicie

pra que tenhas tempo
pra relaxar
contigo mesmo,relaxar

que teu Ipod,Iphone
mp4,mp3
se desconfigure
teus Cds se arranhem
e que percas todas as musicas baixadas na Internet


para que tu aprecies
o som melodioso da voz de sua menina
reclamando que te atrasou de novo

que tu perca o horário
e durma mais meia hora

que tu esqueça o guarda-chuva
e pegue uma garoa de verão

esqueça o jornal,de folhas ou virtual
esqueças os velhos rituais
e sejas ao natural

analise se puder
cada rosto de um ônibus lotado
as seis horas da tarde de sexta
perceba as cores quentes de um por-do-sol
e a lua cheia de um domingo a noite
faças da segunda teu melhor dia
volt a desenhar
não de mais esmolas
compre doces e dê a alguém
exercite o amor
a amizade e o perdão
esqueça as lâmpadas amarelas
suba uma escada,esqueça as rolantes
saia do shopping
vá a casa da sua vó
(leve flores ,doces...qualquer coisa...
e troque por um beijo)
insista em ser feliz
caminhe a pé
tome agua pura
grite
cante
chore
desligue-se

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Nela(dou um jeito na vontade de te ver)

I

hoje pensei nela
no seu jeito e no meu
e a saudade me aperta ,dilacerando
meu coração ,que já é seu

como tú és,não sei mais
e é tão difícil me descrever
é fácil e prazeroso te falar
mas é difícil saber o que te dizer

é algo fora do comum,anormal
é algo que eu sei ,mas não esqueço
não sai da minha boca mas te digo num olhar

como se cantasse uma musica
sem antes ensaiar
roubando rosas na rua,pra te dar
procurando um protesto bobo pra te abraçar

esperar o fim do dia
e o dia inteiro pra te beijar
se comportar e ser feliz sem se arrepender
numa semana

me encontrar
e ter você,é tudo o que eu queria

II
se você aprender a desarmar uma bomba
se aprender a dizer que me ama
se aprender a amar-te também

se aprender a ser sincero
se aprender os princípios básicos
se aprender que não vou te esquecer

confiará em mim

não vou te deixar
confio em ti
não vá me magoar

até aonde chegaríamos nós
sozinhos?
(esta é a nossa história)

não terminou
eu dou um jeito
a culpa não é nossa

III
hoje eu não te vi
mas eu dou um jeito de te ligar

hoje nem nos falamos
mas eu dou um jeito
não vou aguentar

hoje sonhei contigo
dormi,acordei e almocei contigo
mas não pude te tocar

e seu coração me acompanha
pra onde eu andar

espero que cuide dele
e eu para sempre vou te amar

eu sabia o que te dizer
só não sabia como falar
o que eu queria era fazer
era dar um jeito de te encontrar

mas hoje não vai dar
meu coração vai ter que esperar
mais um dia pra te abraçar

2004 por ai

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Na chuva (a dança das coisas q mudam ou o retrato do que não molha com a agua celeste)

Ônibus lotado,abarrotado
hora do rush
um jovem cego em pé equilibra-se

para-se os carros ,sinal fechado
a chuva pega mendigos de surpresa
no frio ,alaga a Assis Brasil dos pedintes de farol
dois meninos (menores de idade)falam como homens
molhados contando a grana do dia

choveu no dia em que morreu Jesus
nos rosto de um justo,molhava fria a agua vinda dos céus
choravam as mães judias desconsoladas

na pele suja dos meninos
a chuva humedece lavando seus trapos
chora a mãe de um menino perdido
na esquina da própria casa


uma jovem grávida
foge de casa e dos espancamentos do pai
um menino se torna homem
filho se torna pai

uma virgem leva no ventre um menino-rei esperado
um Pai se torna Filho
e um Filho Pai-homem(Filho de homem,Pai)

estava chovendo quando a menina gravida beijou seu menino
(que agora é pai)
era uma chuva fria
enquanto a menina beijava seu quase marido
estava beijando a face de um homem(sem saber)

enquanto Maria beijava seu bebê-menino
estava beijando o rosto de DEUS
DEUS homem sem saber

a chuva passa ,o engarrafamento aumenta
o cego desce na parada errada,e
caminha sem auxilio na noite fria
os pedintes queimam seu dinheiro
pra esquentar o peito,e os pulmões
a menina aborta e volta pra casa
o menino começa a trabalhar segunda-feira que vem...

ontem era domingo
e não choveu

como no dia da ressureição
tudo era novo


sábado, 20 de junho de 2009

DOIS MIL E OITO ,tudo mude (remember

e muito menus famílias sejam mutiladas num feriado sem sentido
q muito menus pessoas dirijam bêbadas
[por favor se beberem não dirijam(respeite quem não quer morrer,morra sozinho]

e q muito menus torcedores do internacional ou do grêmio espanquem sem motivo
um torcedor rival
q muito menus pessoas matem por coisas menores
[a vida e seu valor perderam seu preço(um a zero pra eles]

e q muito menus policiais se corrompam e deixem de fazer o trabalho q sempre sonharam
q muito menus pessoas tenham seu direito de ir e vir violentados pelo crime
[alguém ainda confia na policia(eu não sou louco]

e q muito menus líderes religiosos sejam radicais
q muito menus pessoas prostituam a fé dos outros
[a fé prostituída dos cristãos(alguém pagará caro...]

e q muito menus jovens adoeçam com uma doença sexualmente transmissível fácil de se precaver
q muito menus pessoas morram de uma doença curável
[enquanto houver "sexo" ao invés de amor...(CAMISINHA sempre]

e q muito menus nazistas,punks,roqueiro,pagodeiro,PTista
,sem-terra ou playboy deixem de se rotularem de acordo com suas burrices
q muito menus pessoas julguem umas as outras
[me chame pelo meu nome e não pela minha cor(humanos têm raças?]

e q muito menus jovens sem nada pra fazer pensem em tirar as suas vidas
q muito menus pessoas deixem de viver
[pense em algo maior(até mesmo maior que você]


em dois mil e oito
q muito menus pessoas deixem de ser capitalistas e cuidar de suas vidas
e q muito mais seres humanos lembrar de um DEUS q se fez menino
e façam de suas vidas um milagre abençoado de DEUS

quero um DOIS MIL E OITO
mais humano,,com todas as raças se abraçando como se fossemos todos irmãos
mesmo q cinicamente
e cinicamente teremos paz....


feliz ano q vem a todos

relembrando 2007(e voce??)

domingo, 31 de maio de 2009

Minha Subpoesia

É frio,bem que se vê
ninguém na rua,chuva
o minuano sopra agourento
é sábado e domingo, e eu não te vi

mesmo na chuva,pede-se esmola
compra-se e troca-se
fuma-se pedra,rouba-se pobres
faz-se dinheiro
a rua fria fica sem graça
volto pra casa desacostumado a sair sozinho

penso no meu quarto,penso em você
todo ciumes,vindo de ti
todo racismo ,vindo dos outros
nada fez acabar o sentimento

nem a chuva que bate
fria e soberana
alagando a Sertório
engarrafando a Assis Brasil
no horário de te ver na terça

chego atrasado e com frio
você me espera mordiscando o canudinho do suco de laranja
no McDonalds
te encho os olhos de lágrimas
te magoo
te faço chorar

seus olhos húmidos secam-se numa aliança
e com um beijo selamos 
a noite fria ,alianças
se acaba o sábado e se vai o domingo
estou só
eu e minha subpoesia
subescrita
sem você

te guardo no peito
termino frases forçadas
decreto um fim ilógico
no fim das minhas frases
da minha subpoesia

e me vou dormir
pensando em pensar em você
durmo
e minha poesia adoece
no frio,no vento e na chuva

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O homem de terno e o infeliz(parte Um

No dia em que se viram
o Homem de Terno e o Infeliz se odiaram

O Homem de Terno trazia uma pasta marrom de couro
noteboock, celular ,palm top, dollar , cafezinho, cigarro
o Infeliz sorria meio sem dentes,caixote e mãos escuras esfumaçadas
chinelo de dedos arrastados de fome

O Infeliz pensa na vida que tem
lustrando o sapato italiano do Homem de Terno
que sentado lê o Correio
O rua da praia humedecido pelo meio de ano chuvoso e frio
abrigava colegas de trabalho
fumando pós almoço,
meninos gordos do McLanche
indo para o colégio,
índios mendigando sorrateiramente
pelos cantos mijados por cães e pretos,
homens armando seu palco 1 por 1
tocando um rock por esmolas,
hippies modernos emaconhados coloridos,
gente esporte atleticamente indo pro gazometro meio dia,
a galera da gelre preencheu sua ficha pra um temporário
se reúne pra beber e trocar uma ideia

A rua da praia ferve.
o Homem Infeliz sorri
o rádio chia a voz do Zambiase
o De Terno cospe politicagem
e o Infeliz mancha sem querer
a barra das calças do Homem d terno
que o chuta no ombro
fala-lhe palavrões sujos
e vai embora sem pagar

Lá se vai a grana do cachorro-quente

O pensamento do Infeliz
se encerra num cachimbo empedrado







domingo, 5 de abril de 2009

JoHnny e a morte(e a sua irmã)e a noite e o sono

A noite chega...
o frio , a humidade e o medo.
a fome se faz presente
e as feridas doem

Johnny Smith jr. amontoa seus velhos trapos sujos
numa caverna quente
é a primeira noite de sono em três dias
refaz mapas e metas
sua cabeça doe
revê e revive as batalhas do dia
lava com agua o corte em sua orelha,
esquecendo-se de que em breve terá sede
usa em abundância o pouco que tem 
afia sua pequena espada
guarda suas facas ,em lugares estratégicos

enrola-se em sua negra capa.
fecha os olhos
ora
pensa em sua irmã,que talvez tenha sobrevivido a uma chacina
lembra-se:já fazem quatorze meses
que saiu em sua procura sem nenhuma pista.


relembra do que viu...
sua vila consumida por fogo,corpos amontoados
sua família ,amigos e vizinhos mortos
uma só sobrevivente
(sim!talvez sua irmã tenha sobrevivido,mas não sabe,
não tem certeza)
só uma
sobreviveu...

lembra do gosto gélido e amargo da ponta da espada
invadindo suas costelas,quebrando-a rapidamente
invadindo pulmões,rasgando carnes...

lembra que caiu desacordado
lembra qando a dor,imensa dor,acabou
e seus músculos endureceram,esfriaram
endurecendo como rochas
seus olhos escurecendo
e sua mente apagando

mas como explicar que agora vive
respira e anda como antes



sua irmã talvez esteja viva
mas onde?

onde estaria se estivesse?
esta pergunta lhe faz ter pesadelos
mas não o faz acordar no meio  da noite
como antes

mas o que mais o intriga é
como pode ele estar vivo também
mesmo após a morte

Johnny adormece
é noite
mal sabe Johnny
mas amanha ele enfrentará a morte [
mais uma vez

e isso fará sentido

Rock(fast food) e arroz com feijão


a gente curte um rock meio arroz com feijao
a gente nao é chique,só compra em bandejao
a gente come cheesse vega sem refri ,gelo e limao

pra curtir o gasometro a tarde toda torrando no solão
depois pegar a chuva de porto ou passear na redençao
voltar de onibus lotado.salomé ou umbuzao
amanha trabalhar no WalMart ,batalhar o nosso pao
levantar cedo na madruga mofar no domingao
perder mais um grenal ,só por zoaçao

chegar em casa tarde,levar mais um sermao
segunda tudo denovo,mas sem repetiçao
dar uma volta no meio de semana,fast food ,curtiçao
quarta ja toh sem grana,emprestimo com os irmao
pra no meio do mes eu nao ficar na mao

a gente curto rock e arroz com feijao
a nossa moda é nossa ,ninguem se mete nao
comida fast food,sorvete pastelao
curtir a semana inteira na companhia dos irmao
levar a minha princesa ,namorar na redençao
semana mais perfeita...e tem continuaçao

domingo, 15 de março de 2009

Fabulas Alvoradenses(Quarta parte

I
Nas historias de príncipe sempre haverão sapos
e nas historias de sapo beijo
nas historias de beijo,princesa
e nas historias de princesa :amor!!

começa num rio grande
onde os olhos negros vivos brilhantes enormes
de um batráquio bufão anuro
encontram-se com o de uma zurafa real fugida de um
zoológico urbano portoalegrense

o bufão malandrosamente rouba um beijo da zurafa
que treme seus metros de pernas e isso encanta o batráquio
que tenta conquistar o coração daquela fêmea

mal sabendo q sua raça impede de amar a da outra
e suas espécies jamais poderão ser aceitas de se juntarem

zurafa é capturada e presa
e não poderá mais ver os olhos batráquios de seu amado bufão
ele parte então para a luta contra a sua espécie
contra a espécie de sua amada zurafa
e contra os donos que prenderam sua amada
II
Amanhecia e era hora de acordar
o sol escondido não iluminava a babilônia capitalista medieval
devoradora de sonhos
uma multidão de pebleus camponeses industriais
saiam de suas casas para o monstro suburbano de aço
que os levaria ate as posses de seu senhor feudal
todos sub-empregados em seus sub-empregos mal alimentados
a maioria negro,mulato ou escuro do sol
entre eles esta o nosso príncipe real esquerdista.
que reclama do pouco espaço da condução.
bem humorados ,falam os homens em pé
(futebol,tiro ,mulher,sonhos)
do outro lado do triângulo babilónico acorda a princesa
arruma-se,olha no espelho,
sente saudade,e sabe o que terá de falar ao seu amado
(suas raças,seus reinos,suas famílias)
jamais aceitariam um príncipe plebeu esquerdista negro bastardo
as palavras na memoria agitam seu coração
(um romance proibido)
o príncipe sente que algo esta errado e chora
lava o rosto e volta a trabalhar
o escritório da princesa húmido de lágrimas caídas
ecoa um xorinho impercepitivel
eles terão de romper seu proibido romance
III
A prenda que perdi
a prenda que me ousaram roubar
é a mesma que me ama
e pra sempre vou amar
IV
Carruagens ,espadas, reis e dragões
um sapo apaixona-se por uma bela princesa e outra raça
a abafada Porto Alegre espera a chuva
Março fecha o verão
mais um verão sem você...
um autor que não sabe como terminar
o seu conto
lembra de homens devoradores de sonhos
aqueles homens frios que destruirão a magia dos belos romances
e banalizaram o resto que mais importa
aqueles que julgam um ao outro
não merecem sonhar
na babilônia real capitalista portoalegrense
eu prefiro viver o meu próprio conto alvoradense

terça-feira, 10 de março de 2009

Fabulas Alvoradenses(sobre a Quarta parte

havia uma linda história infantil
contada para os filhos que tem pais
mas que passam a maior parte de sua infância
 com estranhos educadores

a fábula a seguir fala de um batráquio bufão anuro
que morava num rio grande
de uma linda alvorada

batráquio simplório ,
de classe inferior ,mas de um coração audaz
não nasceu pra engolir  sapo
mas levava uma vida com alma de bufão

um dia uma linda zurafa 
fugiu das celas brancas e tristes de um Zoo 

zurafa acostumada 
com o tratamento nobre 
e cuidados reais do Zoo urbano portoalegrense

numa destas fugidas ela passa pelo rio
e seu olhar  de  zurafa castanhos ,lindos ,urbano e burguês
encontra os olhos arregalados negros 
de um batráquio anuro de pele verde escura

quem conta a historia sabe que fábulas não existem
e o que existe não se encontra em fábulas
assim conta ,quem conta a historia
para os filhos antes de dormir
depois da reza nocturna

como a bela moça parda
gravida de um preto
que só pensa em desistir
olhando nos olhos adormecidos
de seus três filhos de pai negro

ou o empresário que arrumou tempo pra narrar
 uma bela historia esquecida,
desliga o note,carrega o pen drive
tira o fone do Ipod(80 gigas)dos ouvidos rosados 
de seu precioso filho único
olha no rosto do menino e não reconhecendo mais 
aquele que tantas vezes pegou no colo
certo é que não vive mais no mundo de seu próprio filho de dez anos

historias são contadas
e ouvidas

guardadas no peito e esquecidas
o que ficam são sonhos
reais ou suburbanos
na babilônia medieval capitalista urbana
prefiro viver a minha própria fábula

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Fabulas Alvoradenses(parte Três


E mais um dia inicia-se.....
O príncipe, apesar de muito trabalhador,
repousa em seu doce-amargo lar,
enquanto a princesa, amanhece no batente,
pois mesmo tendo muitas coisas boas na vida e comodidades,
só tem porque conquistou-as com sua garra e determinação,
sofrendo muito para alcançar seus objectivos.
Mas eis que chega a hora..........

O PRIMEIRO ENCONTRO!

A princesa:
aguarda ansiosamente para chegar a hora de ir embora do trabalho
para ver o seu amado príncipe.

O príncipe:
acostumado a conquistar todas, nem liga.
Perfuma-se e veste sua jaqueta de couro atraente,
aquela que "todas" adoram e não resistem.

A princesa: chega feliz ao local combinado,
10 minutos antes,
para não deixar a pessoa que mais ama esperando-a por muito tempo.

O príncipe:
Resolve seus problemas antes e nem vê o horário,
afinal, que horas era mesmo o encontro de hoje!?

A princesa:
Estranha, pois procura desesperadamente por "ele"
mas não há ninguém a esperando.

O príncipe:
Lembra que tinha marcado de se encontrar com aquela que ele
dizia ser sua amada princesa.

A princesa:
Espera... Espera..... Espera.......
Cansa de esperar e vai embora.
Triste, desiludida com aquele conto.

Ela sempre soube que não podia ser verdade,
ela nunca acredito no amor mesmo,
nem ao menos conhecia o amor até conhecer o príncipe.

Ela volta a realeza urbana ciente que nada daquilo era verdade,
tendo buscar uma explicação para o fora que levara.
Ela não encontra.

Ela sabia que nada daquilo poderia ser de verdade!!!!!


Vivian Fiedler

já era muito tarde na babilônia capitalista urbana medieval
a chuva cai nervosamente, a carruagem se arrasta
e sua amada não esta mais no lugar marcado
(cansou, na certa,de esperar por mais um atraso seu)
-por que será ,faço tudo errado?

sente o choro sofrido ecoando numa Assis Brasil escura húmida
vai ao encontro de sua princesa prometida
se guiando por um soluço e uma voz se lamentando

sente em seu peito a dor de magoar sua amada mais uma vez

sente o medo de perde-la de novo

ensaia um sorriso nervoso e vai ao encontro
de uma princesa machucada

tudo que ele disser soara como mentira

então ele se cala...
a envolve num abraço sincero
beija seus lábios
sabe que suas desculpas não serão aceitas
mas sabe que seu abraço apagara qualquer magoa de hoje

ela sente seu coração e ele sente que a ama
ele pega a mão dela
faz uma prece em silencio
e promete ama-la

ela não acredita em suas promessas
mas ele a protege com sua jaqueta de couro
e a leva segura ate sua casa

é noite e chove
a garoua fria da noite de Porto Alegre dos namorados

eles selam com um beijo
uma noite perfeita
em que tudo deu errado

Paulo César