No dia em que se viram
o Homem de Terno e o Infeliz se odiaram
O Homem de Terno trazia uma pasta marrom de couro
noteboock, celular ,palm top, dollar , cafezinho, cigarro
o Infeliz sorria meio sem dentes,caixote e mãos escuras esfumaçadas
chinelo de dedos arrastados de fome
O Infeliz pensa na vida que tem
lustrando o sapato italiano do Homem de Terno
que sentado lê o Correio
O rua da praia humedecido pelo meio de ano chuvoso e frio
abrigava colegas de trabalho
fumando pós almoço,
meninos gordos do McLanche
indo para o colégio,
índios mendigando sorrateiramente
pelos cantos mijados por cães e pretos,
homens armando seu palco 1 por 1
tocando um rock por esmolas,
hippies modernos emaconhados coloridos,
gente esporte atleticamente indo pro gazometro meio dia,
a galera da gelre preencheu sua ficha pra um temporário
se reúne pra beber e trocar uma ideia
A rua da praia ferve.
o Homem Infeliz sorri
o rádio chia a voz do Zambiase
o De Terno cospe politicagem
e o Infeliz mancha sem querer
a barra das calças do Homem d terno
que o chuta no ombro
fala-lhe palavrões sujos
e vai embora sem pagar
Lá se vai a grana do cachorro-quente
O pensamento do Infeliz
se encerra num cachimbo empedrado