domingo, 15 de março de 2009

Fabulas Alvoradenses(Quarta parte

I
Nas historias de príncipe sempre haverão sapos
e nas historias de sapo beijo
nas historias de beijo,princesa
e nas historias de princesa :amor!!

começa num rio grande
onde os olhos negros vivos brilhantes enormes
de um batráquio bufão anuro
encontram-se com o de uma zurafa real fugida de um
zoológico urbano portoalegrense

o bufão malandrosamente rouba um beijo da zurafa
que treme seus metros de pernas e isso encanta o batráquio
que tenta conquistar o coração daquela fêmea

mal sabendo q sua raça impede de amar a da outra
e suas espécies jamais poderão ser aceitas de se juntarem

zurafa é capturada e presa
e não poderá mais ver os olhos batráquios de seu amado bufão
ele parte então para a luta contra a sua espécie
contra a espécie de sua amada zurafa
e contra os donos que prenderam sua amada
II
Amanhecia e era hora de acordar
o sol escondido não iluminava a babilônia capitalista medieval
devoradora de sonhos
uma multidão de pebleus camponeses industriais
saiam de suas casas para o monstro suburbano de aço
que os levaria ate as posses de seu senhor feudal
todos sub-empregados em seus sub-empregos mal alimentados
a maioria negro,mulato ou escuro do sol
entre eles esta o nosso príncipe real esquerdista.
que reclama do pouco espaço da condução.
bem humorados ,falam os homens em pé
(futebol,tiro ,mulher,sonhos)
do outro lado do triângulo babilónico acorda a princesa
arruma-se,olha no espelho,
sente saudade,e sabe o que terá de falar ao seu amado
(suas raças,seus reinos,suas famílias)
jamais aceitariam um príncipe plebeu esquerdista negro bastardo
as palavras na memoria agitam seu coração
(um romance proibido)
o príncipe sente que algo esta errado e chora
lava o rosto e volta a trabalhar
o escritório da princesa húmido de lágrimas caídas
ecoa um xorinho impercepitivel
eles terão de romper seu proibido romance
III
A prenda que perdi
a prenda que me ousaram roubar
é a mesma que me ama
e pra sempre vou amar
IV
Carruagens ,espadas, reis e dragões
um sapo apaixona-se por uma bela princesa e outra raça
a abafada Porto Alegre espera a chuva
Março fecha o verão
mais um verão sem você...
um autor que não sabe como terminar
o seu conto
lembra de homens devoradores de sonhos
aqueles homens frios que destruirão a magia dos belos romances
e banalizaram o resto que mais importa
aqueles que julgam um ao outro
não merecem sonhar
na babilônia real capitalista portoalegrense
eu prefiro viver o meu próprio conto alvoradense

terça-feira, 10 de março de 2009

Fabulas Alvoradenses(sobre a Quarta parte

havia uma linda história infantil
contada para os filhos que tem pais
mas que passam a maior parte de sua infância
 com estranhos educadores

a fábula a seguir fala de um batráquio bufão anuro
que morava num rio grande
de uma linda alvorada

batráquio simplório ,
de classe inferior ,mas de um coração audaz
não nasceu pra engolir  sapo
mas levava uma vida com alma de bufão

um dia uma linda zurafa 
fugiu das celas brancas e tristes de um Zoo 

zurafa acostumada 
com o tratamento nobre 
e cuidados reais do Zoo urbano portoalegrense

numa destas fugidas ela passa pelo rio
e seu olhar  de  zurafa castanhos ,lindos ,urbano e burguês
encontra os olhos arregalados negros 
de um batráquio anuro de pele verde escura

quem conta a historia sabe que fábulas não existem
e o que existe não se encontra em fábulas
assim conta ,quem conta a historia
para os filhos antes de dormir
depois da reza nocturna

como a bela moça parda
gravida de um preto
que só pensa em desistir
olhando nos olhos adormecidos
de seus três filhos de pai negro

ou o empresário que arrumou tempo pra narrar
 uma bela historia esquecida,
desliga o note,carrega o pen drive
tira o fone do Ipod(80 gigas)dos ouvidos rosados 
de seu precioso filho único
olha no rosto do menino e não reconhecendo mais 
aquele que tantas vezes pegou no colo
certo é que não vive mais no mundo de seu próprio filho de dez anos

historias são contadas
e ouvidas

guardadas no peito e esquecidas
o que ficam são sonhos
reais ou suburbanos
na babilônia medieval capitalista urbana
prefiro viver a minha própria fábula